Cada um de nós, por força do que somos e até da nossa própria formação, temos gostos diferentes. Isto nos identifica na multidão. Ao longo da vida, vamos formando um perfil ao assimilarmos uma porção de coisas boas e ruins. Toda gente é assim. Eu sou assim e você também. De acordo com esse perfil, nos sentimos atraídos a determinadas coisas, a determinadas carreiras, livros, música e etc. Afinal é isto que nos qualifica como indivíduos únicos.
Em João 12:32, Jesus fez uma afirmação que vai na contramão do nosso conceito de individualidade. Ele disse que quando fosse levantado da terra, atrairia TODOS a SI MESMO. Bem, tenho vivido tempo suficiente para observar as reações das mais diversas pessoas a respeito de Cristo e por mais que eu tente entende-las, não consigo. Segundo o nosso conceito de individualidade, muitos podem se sentir atraídos a algo, porém, jamais "TODOS", se sentem atraídos pela mesma coisa. Na verdade, custei muito para compreender o que Jesus estava querendo dizer. Enfim, cheguei a uma conclusão: Concluí que Cristo não passa desapercebido a ninguém; ninguém consegue simplesmente ignorá-lo.
O texto do Evangelho de João faz referência ao ato da cruz. Cristo crucificado escândalo para os judeus, loucura para os gentios (1Co 1:23). As palavras de Jesus são claras. Ele disse que o quadro da cruz exerceria um poder de atração sobre a humanidade. Diante disso, de que maneira você se sente atraído à Cristo? Uns são atraídos a Ele e somente a Ele. Defino este grupo como os dos apaixonados. São aqueles para quem Cristo basta por si mesmo. O segundo grupo são dos beneficiados. Neste grupo estão aqueles que se sentem atraídos somente pelos benefícios da cruz. Eu os chamo de interesseiros utilitários. Olham para Cristo como a "galinha dos ovos de ouro". O terceiro grupo são os que se escandalizam com a cruz. São os que evitam de olhar para cruz porque ela denuncia a sua pecaminosidade.
Em qual dos três grupos você se encontra? Jesus disse que ninguém ficaria neutro diante da cruz. A sua morte de cruz atrairia todo homem, fosse para identificar-se com o seu sofrimento e dor, fosse para ter a oportunidade de encontrar nele motivo de tropeço e rejeitá-lo, ou ainda de tentar apenas se beneficiar do seu martírio. Como você se posiciona diante do Cristo crucificado?
A grande maioria não se sente a vontade identificando-se com o Cristo sofredor. Acham deprimente. Não faz o gênero de um líder de sucesso e nem demonstra o conceito de triunfo e vitória com o qual as pessoas querem identificar-se. E, não se apresse a dizer que a sua identificação é com o Cristo ressurreto, porque o Cristo ressurreto apontou para as marcas da cruz para Tomé e para os discípulos de Emaús.
O "cristão" moderno vem procurando criar novas teologias e novos cristos para que possam desenvolver uma espiritualidade mais palatável aos seus anseios, mas não podemos esquecer que a cruz é o centro do discipulado. O MOVIMENTO DA FÉ criou o cristo bilionário para satisfazer aos cobiçosos que se aproximam do cristianismo com desejos e propósitos bem definidos. A TEOLOGIA DA LIBERTAÇÃO criou o cristo guerrilheiro que redime os violentos desde que sua violência seja em nome de uma causa nobre e busque justiça para os pobres. O MUNDO EMPRESARIAL criou o cristo líder-servidor, para poderem construir suas estratégias de vendas, contabilizarem mais lucros e venderem mais livros. OS FREUDIANOS-JUNGIANOS criaram o cristo psicólogo, como se ele não conhecesse o problema da natureza humana. Com qual destes cristos você vem se identificando?
Eu me identifico com o Cristo crucificado, ressurreto e glorificado. Ele, e somente Ele me basta.
28.8.06
26.8.06
NOIVA DE CRISTO (intesse ou paixão?)
A NOIVA DE CRISTO, INTERESSE OU PAIXÃO?
Espera-se de uma noiva prestes ao casamento que demonstre paixão e amor fervoroso pelo seu noivo. Qualquer coisa menos do que isto é uma ofensa, uma traição, um engano.
Tenho vivido os últimos trinta anos da minha vida no ambiente da igreja evangélica. Tive a minha experiência com Cristo aos dezoito anos de idade. Fui tomado pela convicção de que era um pecador perdido e arrependi-me de todos os meus pecados. Imediatamente ingressei no convívio da igreja, o que me trouxe uma alegria extrema. Em 1981, recebi o chamado para o exercício do ministério e comecei a pregar a Palavra de Deus como pregador leigo, primeiro nas praças e ruas da minha cidade, evangelizando bêbados, drogados, prostitutas e passantes, sempre acompanhado de um grupo de inesquecíveis amigos. A seguir, meu pastor separou-me para as funções diaconais, o que prontamente atendi e procurei fazer sempre o meu melhor. Em 1987 recebi a imposição de mãos para o ministério pastoral, de lá para cá tenho tido a experiência de ensinar, evangelizar, discipular e pregar o Evangelho em diversos lugares, conhecendo uma infinidade de pessoas dos mais diferentes níveis sócio-culturais e tendo sempre a oportunidade de avaliar as suas expectativas quando chegam pela primeira vez na igreja.
Nada vem trazendo maior tristeza ao meu coração do que constatar os interesses pessoais norteando as experiências religiosas. Os templos estão abarrotados de pessoas que sonham com a casa própria, o carro novo, o pagamento de suas dívidas, prosperidade material de uma forma geral. Para alimentar esta expectativa, centenas de pregadores no rádio e TV, estimulam a presença ao templo para a solução de problemas financeiros apontando a fé como ferramenta para se conseguir o que quer de Deus. Na verdade, não sei se choro, sofro calado ou grito. Meu refúgio tem sido pastorear o meu rebanho e alimentá-lo com a Palavra de Deus.
O caso é muito mais sério do que parece. A NOIVA DE CRISTO, a Igreja, a que deveria arder de paixão pelo noivo, aproxima-se de Cristo com interesses impuros, achando que possui direitos adquiridos, enquanto o grave problema não é admitido ou sequer declarado: a sua pecaminosidade e imperfeição.
Cristo não vem buscar uma noiva interesseira. Quem troca momentos de afeto por benefícios materiais é uma prostituta, não uma virgem, noiva pura. Nossa relação com Cristo deve ser por amor. Nossa união com Cristo, por convicção de que Ele é o único Deus Salvador. Nossa esperança deve ser a de vir a viver com Ele para sempre.
Examine o seu coração. Qual é a sua motivação para vir ao templo? Interesse ou paixão? Medite nisto.
Espera-se de uma noiva prestes ao casamento que demonstre paixão e amor fervoroso pelo seu noivo. Qualquer coisa menos do que isto é uma ofensa, uma traição, um engano.
Tenho vivido os últimos trinta anos da minha vida no ambiente da igreja evangélica. Tive a minha experiência com Cristo aos dezoito anos de idade. Fui tomado pela convicção de que era um pecador perdido e arrependi-me de todos os meus pecados. Imediatamente ingressei no convívio da igreja, o que me trouxe uma alegria extrema. Em 1981, recebi o chamado para o exercício do ministério e comecei a pregar a Palavra de Deus como pregador leigo, primeiro nas praças e ruas da minha cidade, evangelizando bêbados, drogados, prostitutas e passantes, sempre acompanhado de um grupo de inesquecíveis amigos. A seguir, meu pastor separou-me para as funções diaconais, o que prontamente atendi e procurei fazer sempre o meu melhor. Em 1987 recebi a imposição de mãos para o ministério pastoral, de lá para cá tenho tido a experiência de ensinar, evangelizar, discipular e pregar o Evangelho em diversos lugares, conhecendo uma infinidade de pessoas dos mais diferentes níveis sócio-culturais e tendo sempre a oportunidade de avaliar as suas expectativas quando chegam pela primeira vez na igreja.
Nada vem trazendo maior tristeza ao meu coração do que constatar os interesses pessoais norteando as experiências religiosas. Os templos estão abarrotados de pessoas que sonham com a casa própria, o carro novo, o pagamento de suas dívidas, prosperidade material de uma forma geral. Para alimentar esta expectativa, centenas de pregadores no rádio e TV, estimulam a presença ao templo para a solução de problemas financeiros apontando a fé como ferramenta para se conseguir o que quer de Deus. Na verdade, não sei se choro, sofro calado ou grito. Meu refúgio tem sido pastorear o meu rebanho e alimentá-lo com a Palavra de Deus.
O caso é muito mais sério do que parece. A NOIVA DE CRISTO, a Igreja, a que deveria arder de paixão pelo noivo, aproxima-se de Cristo com interesses impuros, achando que possui direitos adquiridos, enquanto o grave problema não é admitido ou sequer declarado: a sua pecaminosidade e imperfeição.
Cristo não vem buscar uma noiva interesseira. Quem troca momentos de afeto por benefícios materiais é uma prostituta, não uma virgem, noiva pura. Nossa relação com Cristo deve ser por amor. Nossa união com Cristo, por convicção de que Ele é o único Deus Salvador. Nossa esperança deve ser a de vir a viver com Ele para sempre.
Examine o seu coração. Qual é a sua motivação para vir ao templo? Interesse ou paixão? Medite nisto.
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